o que é "normal" em saúde mental?

por que sofremos tanto ao longo da vida?

e se o estado natural do ser humano não fosse estar livre de sintomas e eternamente feliz?

e se nossa relação com pensamentos críticos, emoções dolorosas e sensações desconfortáveis fosse parte essencial de uma vida plena?

a psiquiatria comportamental surge como uma abordagem que nos convida a repensar nossa relação com o sofrimento psíquico e as respostas emocionais desconfortáveis
em vez de enxergar os sintomas como sinais de uma doença que precisa ser eliminada, os consideramos indicadores de que algo em nossa vida requer atenção
o sofrimento, sob essa perspectiva, pode ser um catalisador de mudanças significativas na direção de uma vida valiosa

por que às vezes parece que quanto mais tentamos ficar menos ansiosos, pior ficamos?

com base no contextualismo funcional, entendemos que nossa mente evoluiu com um sistema sofisticado de detecção de ameaças. este sistema, vital quando enfrentávamos predadores, hoje continua ativo, reagindo a ameaças simbólicas e sociais

tentamos desesperadamente eliminar essas reações, pensamentos e emoções desconfortáveis, agora de forma pouco adaptada ao nosso modo de vida urbano e acelerado, sem sucesso

são justamente nossas tentativas de nos livrar desse desconforto todo que frequentemente nos levam ao sofrimento prolongado.
como uma areia movediça, quanto mais lutamos para escapar, mais nos afundamos

qual é o objetivo do tratamento na psiquiatria comportamental?

nessa perspectiva, buscamos desenvolver flexibilidade psicológica – a capacidade de estar em contato com experiências internas desafiadoras enquanto movemos nossa vida na direção dos nossos valores mais profundos

quando prescrevemos medicamentos, por exemplo, os usamos como ferramentas que podem ajudar as pessoas a se engajarem mais plenamente nas áreas de vida que importam a elas, a mudar o que precisa ser mudado